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Bagada escrito em 5 de Dezembro de 2023

Você sabia? Pai de Fernando Collor matou senador no Congresso Nacional; saiba história

O senador Arnon de Mello, pai do ex-presidente Fernando Collor, tinha começado seu discurso quando o "colega" Silvestre Péricles de Góis Monteiro se levantou e foi na direção dele. Eram 15h do dia 4 de dezembro de 1963. Em segundos, um parlamentar seria morto no Congresso Nacional.

A rixa entre os dois senadores de Alagoas havia chegado ao limite. Arnon de Mello (PDC) vinha sendo hostilizado pelo ex-delegado Silvestre Péricles (PST), que, de acordo com relatos, planejava matar o adversário se ele subisse na tribuna.

Naquela quarta-feira, há 60 anos, quando Arnon faria o discurso de abertura da sessão, o clima era de faroeste. Presidente do Senado, Auro de Moura Andrade havia mandado barrar "pessoas suspeitas" e determinara a revista de todos que quisessem acessar as galerias.

Fernando Collor, que seria eleito presidente em 1989, tinha apenas 14 anos. Mas o filho mais velho de Arnon, Leopoldo Collor de Melo, de 22 anos, foi desarmado pela segurança ao entrar.

Arnon subiu na tribuna exasperado. "Senhor presidente, permita que faça meu discurso olhando para o senador Silvestre Péricles, que ameaçou de me matar, hoje, ao começar meu discurso".

Nem bem o pai de Collor iniciara a fala, e o arquirrival havia começado a marchar. Quando chegou perto da tribuna, com o dedo em riste, gritou: "Filho da put@!".

Arnon disparou dois tiros, mas Péricles se jogou no chão e puxou seu revólver. Em meio ao pânico, com outros parlamentares tentando apartar o duelo, alguém gritou: "Há um ferido, Excelência!".

O senador acreano José Kairala (PSD) fora baleado no ventre. Elegera-se suplente do ex-governador José Guiomard, ocupava a cadeira desde julho de 1963, na licença do titular. Aquele 4 de dezembro era seu último dia no Congresso, e ele tinha levado mulher e filhos para a despedida.

Acabou baleado ao se jogar sobre Péricles. Ele foi levado ao hospital e operado, recebeu todo o estoque de sangue, mas morreu às 20h05. O pai de Collor ficou algumas horas preso, mas foi liberado sob alegação de legítima defesa.

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