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Bagada escrito em 1 de Agosto de 2023

Vibradores não viciam, mas podem limitar prazer da mulher

A vida sexual de muitas mulheres mudou quando descobriram um parceiro quase perfeito. Ele acha facilmente o clitóris, se mexe em diferentes velocidades e nunca perde a constância. Sem precisar dizer uma palavra, pode ficar mais lento, rápido, profundo ou superficial. Faz movimentos circulares ou em zig zag. Só não tem um corpo, já que é um brinquedo vibrador, e precisa ser usado com moderação.

 

 

"A pessoa se habitua a esse tipo de estímulo e qualquer outro que não seja da mesma ordem acaba não sendo interessante", diz Carmita Abdo, psiquiatra e coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex), da Universidade de São Paulo (USP).

 

A advogada Lorena (nome fictício, a pedido), 35, começou a usar o artefato há cinco anos para ativar a libido, o que funcionou. Com o passar do tempo, porém, ficou dependente do brinquedo para chegar ao orgasmo. "Você impulsiona tanto a área, com grande potência, que acaba se acostumando a uma estimulação muito forte", diz ela. Agora, diz que seu prazer está "mecanizado", concentrado no órgão genital e sem tanta intensidade em outras partes do corpo.

 

Lorena tem cinco vibradores de diferentes formatos, dos quais não pretende abrir mão. "Quero adquirir mais, mas melhorar minha relação com o uso", afirma. "Venho maturando a ideia de procurar terapias sexuais".

 

Até o momento, não há pesquisas que indiquem qualquer tipo de vício pelo vibrador possa prejudicar a sensibilidade da região do clitóris. Segundo a especialista em sexualidade humana pela Faculdade de Medicina da USP, Michelle Sampaio, pacientes relatam dificuldade em ter orgasmo sem o auxílio brinquedo sexual. A resposta, então, seria variar o estímulo. Dedos, prática oral, penetração por outras pessoas e contato corporal são indicados. Além disso, os vibradores podem ser usados em diferentes pulsações, intensidades e locais do corpo. "Toda mulher deveria usar vibrador, a gente só precisa tomar cuidado com o excesso", diz Sampaio. 

 

Folha Press

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