Bagada escrito em 23 de Fevereiro de 2025
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Mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF) revelam que o cantor e ex-vereador Netinho de Paula ofereceu ajuda ao agiota do Primeiro Comando da Capital (PCC), Ademir Pereira de Andrade, para promover uma ofensiva política contra a Penitenciária de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde lideranças da maior facção criminosa do país estão presos.
Esses diálogos são citados na denúncia do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), contra policiais envolvidos em extorsões e delatados por Vinícius Gritzbach, assassinato com tiros de fuzil em novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O cantor não é um dos denunciados.
Netinho, como revelou o Metrópoles, já havia sido flagrado enviando notas de pagamento de um empréstimo de R$ 2,5 milhões a Ademir Andrade. Nessas conversas, o cantor chega a chamar o operador do PCC de “Banco da gente”.
“Os diálogos mostram o alcance que a organização criminosa possui, movimentando as mais variadas esferas do Estado em favor de seus integrantes”, afirmam os promotores do Gaeco na denúncia.
Em denúncia contra Andrade e outros investigados por extorsões da polícia e envolvimento com o PCC, promotores afirmam que o operador da facção tentou articular, por meio de contatos políticos de Netinho, uma ofensiva em relação ao presídio federal de Mossoró (RN), onde estavam presos líderes do PCC como Décio “Português” e Gilberto Aparecido dos Reis, o Fuminho, apontado como sócio de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Em uma longa troca de mensagens, Netinho incentiva Andrade a encaminhar denúncias de advogados sobre maus tratos na penitenciária e afirma que está articulando com políticos do Congresso Nacional e com o Ministério dos Direitos Humanos. Os diálogos são da metade de 2023.
Blog do BG
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