Bagada escrito em 21 de Janeiro de 2025
Seis em cada dez brasileiros acreditam que o Brasil segue “na direção errada”, segundo pesquisa “What Worries the World”, conduzida pelo instituto Ipsos e divulgada com exclusividade pelo GLOBO.
O índice de 60% registrado em dezembro de 2024 representa um aumento de nove pontos percentuais em relação ao ano anterior, indicando um agravamento na percepção dos rumos do país durante o segundo ano do governo Lula (PT).
O levantamento sugere que o descontentamento da população está fortemente ligado à situação econômica. Atualmente, 65% dos brasileiros avaliam a economia como “ruim”, enquanto apenas 35% enxergam um cenário positivo.
Esses números refletem uma piora em relação a dezembro de 2023, quando 61% classificavam a economia de forma negativa, e 39% tinham uma visão otimista.
“O último ano foi marcado por quedas na avaliação do governo, pela demora do governo federal na elaboração do pacote fiscal do corte de gastos, por baixos índices de aprovação tanto do governo federal quanto da gestão do ministro da Economia, e por diversos crimes policiais ocorridos em vários estados, como o flagrante de um policial militar arremessando um homem de uma ponte na Zona Sul de São Paulo, inegavelmente escancarando problemas estruturais da nossa sociedade”, analisou Marcos Calliari, CEO do Ipsos, conforme reportagem de O Globo.
A inflação também desponta como preocupação crescente entre os brasileiros. Segundo o estudo, 26% dos entrevistados apontaram a alta dos preços como um problema prioritário, dois pontos percentuais a mais que em novembro e quatro a mais em comparação com o final de 2023.
Apesar do foco recente na economia, os principais temores da população permaneceram os mesmos ao longo do ano: crime e violência (41%), saúde (38%) e pobreza e desigualdade social (37%).
O Brasil ocupa o oitavo lugar entre os 29 países pesquisados em relação à preocupação com a violência, tema que, segundo Calliari, “se justifica por inúmeros crimes midiáticos” em 2024, como o assassinato do delator do PCC, Vinícius Gritzbach.
A pesquisa, realizada entre 22 de novembro e 6 de dezembro, ouviu 23.287 pessoas em 29 países, incluindo cerca de mil brasileiros com idades entre 16 e 74 anos.
O Globo
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