Bagada escrito em 16 de Maio de 2025

Em meio a denúncias de fraudes envolvendo empréstimos consignados no país, aposentados dizem ter sido filiados, sem seu conhecimento, ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi) em agências de correspondentes do banco BMG na hora de contratarem o crédito com desconto na folha de pagamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O sindicato tem como vice-presidente Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e é uma das entidades investigadas pela Polícia Federal (PF) na farra dos descontos indevidos de mensalidade associativa sobre aposentadorias do INSS, revelada pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
O BMG, conhecido por ter sido um dos bancos envolvidos no escândalo do Mensalão durante o primeiro governo Lula (2003-2006), é uma das instituições financeiras autorizadas pelo INSS a vender crédito consignado a aposentados e tem sofrido condenações na Justiça por fraudes nessas contratações.
As autorizações para a venda do consignado foram assinadas tanto na gestão Lula (PT) quanto na de Jair Bolsonaro (PL), por meio de Acordos de Cooperação Técnica (ACTs). O expediente é o mesmo utilizado pelas entidades envolvidas no esquema bilionário de descontos indevidos que foi alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela PF em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU).
Em um dos casos, por exemplo, o aposentado José Luiz Gregório, de 63 anos, morador de Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia, afirma que foi filiado ao Sindnapi sem autorização ao pedir um crédito consignado ao BMG (veja abaixo).
Nos autos, seu advogado, Anderson Koehler, afirmou que ele nunca foi sindicalizado, não haveria por que fazê-lo “a essa altura da vida, muito menos perante um sindicato localizado em São Paulo, que não lhe traz nenhuma vantagem”.
Ao Metrópoles, Gregório afirma que nunca esteve na entidade e nem sabia o que era o Sindnapi.
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