Bagada escrito em 12 de Março de 2024
Os casos de doenças hepáticas relacionadas ao álcool estão subindo em todo o mundo. Nos Estados Unidos, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), na comparação com níveis pré-pandemia (2019), os últimos anos registraram mais de 30% de aumento no número de mortes, com mais de 50 mil vítimas em 2021, 2022 e 2023.
Especialistas alertam que as doenças do fígado também têm sido responsáveis por um aumento de casos no Brasil, embora levantamentos tão robustos quanto o americano ainda não tenham sido feitos no país. Apesar de não existirem estatísticas precisas, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) estima que, em 2021, 10,8 mil óbitos poderiam ter sido evitados no Brasil se o consumo de álcool fosse evitado.
Estes casos extremos são normalmente associados à cirrose hepática. Entretanto, uma condição prévia pode aparecer na maioria das vítimas e muitas vezes passa desapercebida: a esteatose hepática.
A doença silenciosa ligada ao álcool
A esteatose hepática é o excesso de gordura no fígado e é um dos primeiros sinais de que a saúde do órgão não vai bem. Porém, ela muitas vezes é ignorada por pessoas que têm o hábito de beber.
“A esteatose acomete cerca de 30% da população geral e 90% dos alcoolistas crônicos. Desde que a hepatite C passou a ser curável, calculamos que em breve o excesso de gordura no fígado será a principal condição a levar pacientes para a fila dos transplantes do órgão”, explica a cirurgiã do aparelho digestivo Ana Olga Nagano Gomes Fernandes, diretora do Instituto de Obesidade e Diabetes do Hospital Moriah, em São Paulo.
A esteatose é considerada pelos especialistas uma primeira fase da condição que futuramente poderá ser uma doença hepática relacionada ao álcool ou mesmo uma cirrose. A forma mais grave das doenças hepáticas relacionadas ao álcool ocorre em aproximadamente 20% das pessoas com esteatose e que bebem, segundo especialistas ouvidos pelo The New York Times.
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