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Bagada escrito em 2 de Junho de 2025

87% das universidades do Brasil perdem posição em ranking internacional

A mais recente edição do ranking internacional produzido pelo Center for World University Rankings (CWUR) revelou um cenário preocupante para o ensino superior no Brasil: 87% das universidades brasileiras listadas perderam posições em relação ao ano anterior. O principal fator por trás desse declínio foi o desempenho em pesquisa, que tem o maior peso na metodologia de avaliação da entidade.

Das 53 instituições brasileiras incluídas entre as 2.000 melhores do mundo, apenas sete conseguiram melhorar sua colocação. As outras 46 caíram no ranking. Segundo o presidente do CWUR, Nadim Mahassen, “com 53 universidades brasileiras no ranking, o Brasil está bem representado entre as melhores universidades do mundo. No entanto, o que é alarmante é a queda das instituições acadêmicas do país devido ao enfraquecimento do desempenho da pesquisa e ao limitado apoio financeiro do governo”.

Mahassen aponta ainda que o Brasil está ficando para trás enquanto outros países priorizam investimentos em educação e ciência. “Sem um financiamento e um planejamento estratégico mais robustos, o Brasil corre o risco de ficar ainda mais para trás no cenário acadêmico global em rápida evolução”, alertou.


A Universidade de São Paulo (USP) segue liderando entre as brasileiras, mas caiu para a 118ª posição, com baixas nos indicadores de ensino, empregabilidade, qualidade do corpo docente e, especialmente, pesquisa. Em contrapartida, algumas instituições tiveram melhora: a Universidade Federal do Rio de Janeiro subiu para o 331º lugar, a Unicamp foi para o 369º, seguida pela Unesp (454ª) e UFRGS (476ª).


O CWUR avaliou 21.462 universidades de 94 países, mas apenas as 2.000 melhores foram incluídas na lista final. A análise considera quatro áreas principais: qualidade da educação (25%), empregabilidade dos ex-alunos (25%), excelência do corpo docente (10%) e desempenho em pesquisa (40%).

No topo da lista mundial continua a Universidade de Harvard. Pela primeira vez, porém, o número de universidades chinesas superou o dos Estados Unidos entre as 2.000 melhores, sinalizando uma mudança no cenário acadêmico internacional. “Embora os Estados Unidos ainda ostentem as melhores universidades do mundo, o declínio da grande maioria de suas instituições de ensino superior deve ser motivo de preocupação para a Secretária de Educação dos EUA, Linda McMahon, e para o governo Trump em geral”, afirmou Mahassen.

Ele destacou ainda que a China colhe os frutos de anos de “generoso apoio financeiro de seu governo”, enquanto países como Japão, França e Alemanha também enfrentam queda de desempenho. Já Reino Unido e Rússia mantiveram estabilidade relativa no ranking.

O Globo


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