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Bagada escrito em 8 de Fevereiro de 2024

“Teria amputado para viver mais”, diz homem que teve câncer de pênis

O vigilante José, de 55 anos, lembra que tudo começou com uma dor em uma parte do pênis conhecida popularmente como freio, um pedaço de pele que conecta a glande à superfície interna do prepúcio. Ele não sabia, mas ali iniciava sua jornada contra o câncer de pênis.

Em questão de quatro meses, com um vai e vem de exames sem um diagnóstico fechado, a doença piorou e quase levou os médicos a amputarem o órgão de José. No final do ano passado, ele fez duas cirurgias para remover lesões no pênis e, por segurança, os gânglios linfáticos próximos a ele.

“Teria feito a amputação se fosse para viver mais. Estava disposto, queria e sigo querendo viver. Tenho 55 anos, não posso me desesperar e achar que minha vida acabou. Tem tanta gente que perdeu mais que eu e segue lutando pela vida”, reflete o paciente.

No entanto, a coragem de José para enfrentar o tratamento é uma exceção. O urologista Rodolfo Borges dos Reis, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e chefe da divisão de Urologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, afirma que a enfermidade ainda é um grande tabu entre os homens.

“Ainda há muita resistência em buscar o médico para assuntos que envolvem o pênis. Além disso, os homens, muitas vezes, são descuidados com a própria saúde”, afirma o médico.

De acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos dez anos, ocorreram cerca de 600 amputações de pênis a cada ano. Além disso, são cerca de 2,1 mil diagnósticos ao ano e 400 mortes devido ao câncer de pênis que, se diagnosticada a tempo, tem fácil tratamento.

A prevenção também é simples: manter a higiene adequada, tomar a vacina contra o HPV e realizar a cirurgia de fimose seriam o bastante para praticamente zerar os casos.

“A higiene correta impede o acúmulo do esmegma, que irrita a mucosa do pênis e facilita a formação do câncer. Além disso, evitar infecções sexualmente transmissíveis e a zoofilia são outras medidas importantes para a prevenção”, explica Reis.

Metrópoles

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