Em um trabalho de investigação do nosso braço repórter Juca Peba, conseguimos importantes informações sobre a mobilização contra o aumento do transporte público realizada na última sexta-feira (17) em Natal. Digamos que, após essa leitura, esperamos que você no mínimo reflita. Vamos lá:

Evidentemente que ninguém gosta de pagar mais caro, sobretudo quando se trata de um serviço essencial e cuja qualidade nunca foi elogiável. No entanto, é preciso lembrar que o reajuste, da ordem de 12,5% (R$4,00 para R$4,50), levou em consideração a defasagem acumulada desde o ano de 2019.

É preciso lembrar também que o transporte público intermunicipal teve, neste mesmo ano de 2023, sua tarifa reajustada em 8,74%, sendo os novos valores praticados a partir do mês de abril e tendo sido considerada a defasagem desde o ano de 2018.

Para se ter uma ideia, um morador da Região Metropolitana de Natal paga desde abril/2023 entre R$4,50 e R$8,60 para se deslocar de seu município até a capital.

Se o aumento nas passagens do transporte intermunicipal foi bem digerido pela população, posto que não vimos nenhum ato contrário, então por qual motivo tivemos essa manifestação de hoje?

A resposta é uma só: como sempre, não importa o que se faz, mas quem faz!

O transporte intermunicipal é regulado pelo Departamento de Estradas de Rodagem – DER, autarquia estadual que segue, portanto, as determinações do governo da professora Fátima Bezerra (PT).

Já o transporte municipal segue as determinações do prefeito Álvaro Dias (Republicanos), que deve entrar em choque com o PT para fazer seu sucessor nas próximas eleições e ainda guarda pretensões maiores, as quais, certamente, não contam com a simpatia da governadora.

Diante disso, fica fácil perceber que a “manifestação” de hoje foi puramente política, tendo como único objetivo desgastar a imagem do prefeito. Mas a cada novo ato desse tipo o efeito que se tem é exatamente o oposto. Em vez de ganharem a simpatia da população e chamarem a atenção para o verdadeiro problema, ou seja, a baixa qualidade de nosso transporte público, esses “manifestantes” vão amealhando a ira de quem quer apenas ir em paz ao trabalho.

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