Bagada escrito em 7 de Dezembro de 2025
Habitante das profundezas do mar, a lula-vampiro do inferno (Vampyroteuthis infernalis) é um animal que guarda segredos sobre o desenvolvimento de cefalópodes, incluindo lulas e #polvos. Ao investigá-la, além de obter respostas, pesquisadores identificaram que o bicho possui o maior sequenciamento de genoma entre o grupo, com cerca de 11 a 14 gigabases – unidade genômica para medir o comprimento do DNA.
A pesquisa liderada por pesquisadores austríacos e japoneses foi publicada em meados de outubro na revista científica iScience.
Apesar do nome, a lula-vampiro não é propriamente uma lula e sim uma espécie pré-histórica de cefalópode, sendo o único membro ainda vivo da ordem Vampyromorphida. No entanto, por existir há 183 milhões de anos, o animal considerado um “fóssil vivo” possui características genéticas comuns a lulas, polvos e chocos, sendo uma peça chave para revelar as origens dos animais.
“A lula-vampiro situa-se exatamente na interface entre polvos e lulas. Seu genoma revela profundos segredos evolutivos sobre como duas linhagens tão diferentes puderam surgir de um ancestral comum”, afirma o coautor do artigo Oleg Simakov, geneticista da Universidade de Viena, na Áustria, em comunicado.
Para sequenciar o genoma do animal, os pesquisadores precisavam de um exemplar. Foi aí que a sorte “sorriu” para eles: a lula-vampiro é um bicho tímido e que vive em profundidades superiores a 600 metros – totalmente inóspitas para humanos –, porém um navio de pesquisa capturou acidentalmente um espécime na Baía de Suruga, no Japão.
Ao investigar seu material genético, foi possível perceber que o tamanho variava de 11 a 14 gigabases. Para efeito de comparação, o recorde anterior dos cefalópodes pertencia à sépia-comum (Sepia officinalis), com 5,5 gigabases. Geralmente, os das lulas não chegam a cinco e os dos polvos, nem a três.
Foto: Steven Haddock_MBARI
Reprodução: metropoles



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