logo


Bagada escrito em 1 de Junho de 2023

Junho laranja busca prevenir queimaduras; casos aumentaram 23% em Natal

Foto: Reprodução 

Prevenção é o melhor caminho para se evitarem queimaduras. É a partir dessa afirmação que a Sociedade Brasileira de Queimadas (SBQ) promove a campanha Junho Laranja, visando conscientizar a população sobre esse grande problema de saúde pública. Com o slogan "Não se choque, eletricidade queima", a campanha deste ano foca nos acidentes com eletricidade, responsável por 46% dos acidentes fatais envolvendo queimaduras, e discute políticas públicas de prevenção.

Acidentes elétricos muitas vezes provocam a morte imediata, além de sequelas graves, como amputações. Segundo dados do Ministério da Saúde, no período de 2015 a 2020 ocorreram no Brasil 19.772 óbitos por queimaduras, entre os quais a eletricidade foi responsável em 9.117 casos, ou seja, 46,1% do total. Em Natal, o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel teve um aumento de 23% em casos de queimaduras nos primeiros cinco meses do ano. Foram 265 ocorrências registradas em 2023, enquanto 215 casos foram tratados no ano passado.

Marco Almeida, cirurgião plástico do CTQ e membro do Comitê de Prevenção da SBQ, descreveu as causas dos acidentes envolvendo eletricidade. "Entre as principais estão as más condições da rede elétrica dentro das residências, os populares gatos para furtar eletricidade, o mau estado de eletrodomésticos e, ainda, os descuidos de vigilância em relação às crianças, como tampar as tomadas”, destacou o médico.

Somente entre janeiro e maio deste ano, 20 vitimas de queimaduras elétricas deram entrada no CTQ. O número é equivalente ao mesmo período de 2022. Nesse recorte temporal também foram registrados 223 atendimentos de queimaduras térmicas (causadas por calor ou frio) no Centro de Tratamento, um aumento em comparação aos primeiros cinco meses do ano passado, quando foram registrados 161 casos. Já em relação às queimaduras químicas (provocadas pela ação de agentes corrosivos, como ácidos), foram observados 22 casos entre janeiro e maio, uma diminuição em relação a 2022, quando 34 ocorrências foram registradas.

“Esse crescimento de casos de queimaduras é preocupante e serve de alerta para que as pessoas fiquem mais atentas aos cuidados de prevenção. Desde a pandemia da Covid-19, o álcool líquido 70% foi liberado para comercialização pela Anvisa e seu uso de forma incorreta ocasionou um aumento considerável dos acidentes com essa substância. Outro agravante que tem acontecido bastante são os acidentes com etanol combustível, usado pelas pessoas para cozinhar, diante do aumento do preço do gás de cozinha. No CTQ, percebemos nitidamente uma relação entre o encarecimento do gás de cozinha e o crescimento dos acidentes com o álcool combustível, acidentes estes muitas vezes fatais. Outra questão importante consiste nos cuidados na cozinha, que concentra 70% dos acidentes com queimaduras ocorridos em casa. Nesse contexto, a vigilância das crianças merece atenção redobrada, mantendo-as afastadas desse ambiente”, informou Marco Almeida.

Tribuna do Norte

Comentários

Deixe um comentário