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Bagada escrito em 5 de Fevereiro de 2024

Evangélica abre sex shop voltado para o público gospel: 'Não sou menos temente a Deus por isso'

Em 2020, Gislaine Brito decidiu que estava na hora de recomeçar. Ela, que trabalhou durante 25 anos em uma loja de artigos de luxo em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, estava insatisfeita com o que vinha fazendo e sentia que podia mais.

Evangélica, membro da Congregação Cristã no Brasil, pediu em oração para que Deus mandasse um sinal. “Pouco tempo depois, minha filha Bruna disse que eu deveria abrir um sex shop, o Béli Boutique. Na época, não entendia nada sobre o assunto. Mas, hoje em dia, amo o que faço”, explica em entrevista a Marie Claire.

Só que se começar a empreender já é naturalmente difícil, durante a pandemia foi mais ainda. “Abrimos a loja e na semana seguinte começou o isolamento por conta do coronavírus. A saída que encontrei foi começar a anunciar nas minhas redes sociais os produtos. Muita gente começou a se interessar”, revela a empresária.

O nicho de mercado conhecido como “bem-estar sexual” teve um grande aumento durante a pandemia. Estudos do Mapa do Brasil Erótico 2022 apontam um acréscimo estimado de 12%, com faturamento de aproximadamente US$ 2 bilhões, cerca de R$ 9.82 milhões, seguindo a cotação atual da moeda.

Prazer e preconceito: a jornada de abrir um sex shop sendo evangélica
Ao mesmo tempo, sexualidade continua sendo um tabu dentro da religião, principalmente nas mais conservadoras, como a Congregação. Isso fez com que Brito enfrentasse situações delicadas dentro e fora do templo.

“O pessoal da igreja que frequento começou a fazer comentários de que aquilo não era certo, me olhavam torto na rua. Até o pastor veio falar comigo na época para dizer que aquilo era pecado. Mas o que tem de errado nisso? É um emprego como qualquer outro. Não sou menos temente a Deus: muito pelo contrário, porque Ele prega o amor”, pontua.

E se as palavras “sexualidade” e “religião” são raramente usadas na mesma frase, Gislaine tem convertido fiéis que antes tinham o seu desejo sexual negado a se descobrirem. Em quatro anos de negócio, a empreendedora revela que o seu comércio foi a porta de entrada para o primeiro contato com acessórios do mundo adulto de diversas mulheres, casais e homens.

Marie Claire

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