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Bagada escrito em 14 de Agosto de 2023

E-mails mostram ‘agendas privadas’ de Bolsonaro com ministros do STF após crises com Moraes

No ano em que disputava a reeleição, em momentos que se viu pressionado por derrotas políticas e judiciais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teve encontros “privados” com interlocutores no Supremo Tribunal Federal (STF), em pelo menos quatro ocasiões. Conforme registrada em e-mails de conversas institucionais deletadas pelo ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid, os compromissos foram fora da agenda oficial e ocorreram nos Palácios do Planalto e da Alvorada.

 

Os e-mails compartilhados com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, após quebra de sigilo telemático de Cid, conforme o Estadão, mostram que apenas três ministros do STF foram convidados para os encontros fora da agenda oficial divulgada diariamente: Kassio Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados por Bolsonaro à Suprema Corte; e o decano Gilmar Mendes, que é conhecido em Brasília por criar pontes entre a Justiça e o mundo político.

 

Um dia antes da reunião, Bolsonaro havia sofrido derrota para o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que decidiu incorporar o inquérito das milícias digitais ao que investiga o ex-presidente por ataques às urnas eletrônicas.

 

Em 23 de fevereiro de 2022, o convidado de Bolsonaro foi o ministro Gilmar Medes. O então presidente recebeu o decano no STF numa agenda mais curta, de apenas 30 minutos, no Palácio do Planalto. Novamente o assunto da reunião foi omitido dos e-mails enviados a Mauro Cid. Fato é que, no dia anterior ao encontro, Bolsonaro havia recebido um recado direto do novo comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que não seriam tolerados ataques às urnas eletrônicas antes, durante ou após as eleições.

 

Procurado pelo Estadão, o ministro disse que teve reuniões com o ex-presidente durante o mandato, mas que não se recorda de alguma agenda específica em fevereiro do ano passado. “Estive com ele em alguns momentos de crise”, afirmou o ministro.

 

Estadão

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