O Samba da Segunda de Vagabundo tem como essência a valorização da música, da cultura popular e do respeito entre todos os presentes. Estamos tão tristes e consternados quanto vocês pelo episódio de ontem.

Nesse sentido, é necessário explicar o contexto que nos cercava com relação às questões técnicas, clima de tensão e o risco iminente de embate físico entre os eleitores, nos colocando em uma situação de insegurança. A roda de samba foi interrompida a fim de buscar preservar a integridade física de todos os presentes, bem como a integridade do nosso movimento.

Diante das manifestações políticas que impediram os músicos de continuarem tocando e, em meio aos gritos, o respeito ao espaço cultural que construímos foi deixado de lado, a energia caiu várias vezes, resultando em danos ao nosso equipamento de som, que teve parte dele queimado.

A Segunda de Vagabundo é um movimento cultural democrático e inclusivo. Ao longo desses 3 anos de roda, recebemos pessoas de diferentes crenças e ideologias, inclusive candidatos de partidos distintos, sempre com respeito mútuo. Nunca antes tivemos tumulto ou qualquer tipo de desrespeito como o ocorrido ontem.

Queremos ressaltar que o samba que fazemos é um ato de resistência em Natal, uma roda reconhecida não só na nossa cidade, mas em todo o Brasil. A nossa força vem da união dos artistas populares e do amor ao samba. Não temos vínculo partidário, a nossa roda se mantém de forma independente, graças ao apoio de parceiros e comerciantes locais que acreditam no nosso projeto.

Pedimos as mais sinceras desculpas aos que se fizeram presente para apreciar o bom samba das Rocas. Lamentamos pela situação e pedimos respeito ao samba, pois ele está acima de qualquer bandeira. Reiteramos que como diz o samba da nossa roda “aqui todo mundo samba, aqui samba todo mundo”, a SDV é um espaço aberto a todos que venham pelo amor ao samba e respeito aos que não deixam o samba morrer.

A Segunda de Vagabundo seguirá celebrando a tradição do samba, que é uma manifestação musical do povo.