Bagada escrito em 13 de Junho de 2024
O agora ex-secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, Neri Geller, disse nesta quarta (12) que foi pressionado pelo governo para organizar o leilão que comprou 263 mil toneladas de arroz importado e que foi anulado na terça (11) por suspeitas de irregularidade. Ele afirmou que está sendo usado como “bode expiatório” do fracasso do leilão.
Geller pediu demissão do cargo após se levantar a suspeita de privilégio ao filho dele, Marcello Geller, sócio de uma das corretoras que participaram do leilão. O certame foi vencido por quatro empresas ao custo de R$ 1,3 bilhão, sendo que três delas não operam no mercado de compra e venda de grãos.
Ele foi o responsável por organizar o leilão, e disse que a Casa Civil e o Ministério da Agricultura o pressionaram para comprar tamanha quantidade de arroz mesmo sob fortes críticas do agronegócio.
“Foi mal conduzido, em momento de egos aguçados. [A quantidade foi] uma decisão da Casa Civil junto com o ministro [Carlos] Fávaro certeza. Agora, como que se deu lá eu não consegui participar, porque o ministro puxou esse assunto 100% pro gabinete. Mas, quem decidiu obviamente não fomos nós”, disse em entrevista à BandNews TV.
O ex-secretário afirmou, ainda, que as condições técnicas para a realização do leilão “não foram seguidas”, confirmando uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a interlocutores que participaram da reunião mais cedo que anulou o leilão.
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