O secretário de Saúde de Natal, George Antunes, anunciou a retomada das crirurgias cardíacas em Natal. A decisão veio após reunião, nesta terça-feira (7), com o prefeito Álvaro Dias, que autorizou o pagamento de procedimentos extra-teto. Segundo órgãos de controle, esse tipo de cirurgia pela rede pública está suspensa desde a segunda quinzena de setembro.

“Nós fizemos uma reunião agora com o prefeito e, dada a sensibilidade dele ao caso, é inevitável, não dava para a gente postergar mais ainda do que esse dia de hoje, ele autorizou que eu pagasse esse recurso extra-teto, mesmo tirando recurso de outras áreas econômicas, mas autorizou. Hoje eu vou voltar a conversar com os prestadores de serviço para ver se a partir de amanhã [quarta-feira] a gente começa a operar esses pacientes”, afirmou George Antunes.

No entanto, o secretário apontou uma dificuldade: por quanto tempo Natal vai sustentar essa situação? A indagação é fruto do esgotamento do teto de financiamento para procedimentos de média e alta complexidade (MAC), que foi alcançado já no mês de agosto. O fato, inclusive, coincidiu com o período de suspensão das cirurgias, iniciado no mês seguinte.

“Por quanto tempo Natal vai ter que segurar os serviços do Estado inteiro? Enquanto o Governo do Estado, enquanto a Sesap não voltar a pagar aquele R$ 1,150 milhão, que é de uma contrapartida obrigatória, de farmácia básica, UPA e Samu – não estou falando nem daqueles R$ 70 milhões que eles nos devem – é um dinheiro que já faz falta. Com R$ 1,150 milhão eu já fazia esse complemento no extra-teto”, disse o titular da SMS.

O secretário afirmou que Natal está atendendo residentes de outros municípios do Rio Grande do Norte para além do que foi pactuado com o Poder Executivo estadual. Essa discrepância geraria um custo de R$ 60 milhões anuais à Prefeitura, segundo ele. Antunes pede revisão dos valores repassados pelo Governo do Estado.

Outra cobrança do secretário é referente ao Ministério da Saúde. De acordo com ele, um aumento no teto de financiamento foi aprovada na ordem de R$ 43 milhões e cabe agora à pasta federal a aprovação e publicação de portaria para a utilização dos recursos pelo município.

Tribuna do Norte