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Bagada escrito em 4 de Outubro de 2024

PF investiga venda de sentenças no TJMT e até no STJ

A Polícia Federal investiga um escândalo de suposta venda de sentenças de juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso e funcionários dos gabinetes de quatro ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de acordo com reportagem divulgada pela edição online da revista Vejana noite desta quinta-feira (3).

Minutas das decisões dos magistrados eram entregues pelos funcionários do gabinete a lobistas e advogados, que procuravam a parte interessada no processo e fazia a oferta. “Se a propina fosse paga, a minuta se transformava no veredicto do ministro”, informa a reportagem da jornalista Laryssa Borges, “caso contrário, era modificada e beneficiava a parte contrária.”

Não há qualquer evidência de que os ministros sabiam ou se beneficiaram do esquema. Por enquanto, a suspeita é que os nomes de Nancy Andrighi, Og Fernandes, Isabel Galotti e Moura Ribeiro foram usados por funcionários de gabinete.

Tiros em Cuiabá e o celular-bomba

 Fato fundamental que impulsionou a investigação foi o assassinato a tiros, em Cuiabá, de um advogado que segundo os investigadores estaria implicado no esquema. A suspeita é que ele foi morto com doze tiros por um pistoleiro de aluguel.

Os policiais recolheram e lacraram um celular encontrado ao lado do corpo de Roberto Zampieri contendo mensagens que comprometem autoridades, advogados, servidores e criminosos dispostos a pagar por sentenças.

Os policiais encontraram no celular de Zampieri conversas, documentos e comprovantes de pagamento e dados reveladores de que o comércio de sentenças funcionava há pelo menos quatro anos.

Os investigadores estimam em R$100 milhões o dinheiro movimentado, o que é revelador do poder do esquema, descrito em várias mensagens no celular do advogado morto.

Não por acaso, familiares e magistrados fizeram várias tentativas para reaver o celular apreendido, mas os policiais resistiram às investidas.

Deputado do DF chantageado

 A reportagem cita inclusive um caso envolvendo o atual presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Wellington Luiz (MDB), que confirmou em depoimento à política ter sido procurado por interpostas pessoas com recado de uma advogada chamada Caroline Azeredo que pedia R$500 mil para conseguir sentença favorável da ministra Nacy Andrighi em ação na qual era litigante.

Diário do Poder

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