O verão é sinônimo de calor, umidade e maior exposição ao sol, condições que, embora tragam diversão, podem acarretar problemas dermatológicos não apenas para as pessoas, mas também para os pets. De acordo com Marcos Reis, dermatologista veterinário, essa estação favorece a proliferação de bactérias, fungos, ácaros, pulgas e carrapatos, elevando os casos de dermatites em cães e gatos. Diante disso, surge a necessidade do reforço de pequenas práticas que podem trazer um grande impacto na saúde dos animais.

Os animais de pelagem clara estão entre os mais vulneráveis aos danos causados pelos raios solares. A ausência de melanina na pele torna esses pets propensos à dermatite actínica, uma reação fototóxica que pode causar queimaduras na pele. “Os tutores devem evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h. É nesse período que a radiação UVA e UVB está mais intensa, afetando principalmente animais de pelagem branca”, destaca Marcos.

Para prevenir problemas, a aplicação de protetores solares veterinários entre fatores 30 a 50 é indispensável. Marcos ressalta ainda a importância de escolher produtos com filtros minerais, que são hipoalergênicos e não irritantes. “É importante não realizar o uso de protetores solares humanos, pois eles têm composições diferentes que podem causar irritação na pele do animal. A aplicação deve ser feita nas regiões com menos pelos, como orelhas, focinho, barriga, virilhas e axilas. É essencial também proteger o pet mesmo em dias nublados ou dentro de casa, já que a radiação UVA atravessa vidros e pode ser refletida no piso”, completa.

A higienização adequada dos pets é uma medida fundamental para evitar problemas dermatológicos. Após um banho de mar ou piscina, que podem ser muito frequentes durante esse período junto aos humanos, Marcos recomenda a realização de banhos com produtos específicos para remover resíduos de sal e cloro.

Além da pele, as patas dos animais também requerem atenção durante o verão. A hidratação dos coxins, popularmente conhecidos como “almofadinhas”, é crucial para evitar ressecamento e queimaduras causadas pelo calor do solo. O especialista recomenda o uso de loções hidratantes específicas para os pets. Outro ponto destacado são os olhos dos animais, que ficam suscetíveis ao calor e ao vento, podendo apresentar secura e desconforto. “Para prevenir o ressecamento ocular, é indicado aplicar uma gota de lubrificante oftalmológico em cada olho antes ou após passeios e banhos”, orienta Marcos.

No verão, as alergias também se tornam mais comuns, seja por picadas de insetos, pulgas, carrapatos ou mesmo pela ingestão de alimentos inadequados. “Muitos tutores acabam oferecendo comidas próprias ou sobras da mesa ao animal, o que pode desencadear alergias alimentares”, alertou o dermatologista.