O Brasil enfrenta uma realidade em que, em 13 dos 27 estados, o número de beneficiários do Bolsa Família ainda supera o de trabalhadores com carteira assinada, excluindo o setor público. Isso reflete uma forte dependência do benefício em regiões como o Norte e o Nordeste, historicamente marcadas pela desigualdade e poucas oportunidades de emprego.

Em janeiro de 2023, os beneficiários do Bolsa Família correspondiam a 50% dos trabalhadores formais no Brasil. Essa proporção caiu para 45,8% em fevereiro de 2024, sinalizando uma leve expansão do mercado de trabalho, enquanto o número de beneficiários se manteve estável.

Antes da pandemia, apenas 8 estados tinham mais beneficiários do que empregos formais, número que subiu para 13 em 2023. O Maranhão, por exemplo, possui cerca de 641 mil empregos formais e mais de 1,2 milhão de famílias beneficiárias, ou seja, para cada emprego formal, há duas pessoas recebendo o Bolsa Família. Já Santa Catarina se destaca positivamente, com dez empregos para cada beneficiário.

Embora o número de beneficiários tenha caído em 25 estados, o aumento registrado entre 2020 e 2022, durante a pandemia e período eleitoral, gerou um debate sobre a dependência estrutural de parte da população brasileira de programas de transferência de renda.

Fontes:
- Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) @mdsgovbr
- IBGE (PNAD Contínua e RAIS) @ibgeoficial
- CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)
- Portal da Transparência