Bagada escrito em 10 de Dezembro de 2025
Pelo sexto ano consecutivo, o número de pessoas nascidas vivas no Brasil caiu, segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Por outro lado, houve aumento no número de óbitos.
O que aconteceu
O número de nascidos vivos ou registrados no Brasil em 2024 foi de 2.376.019 pessoas — uma queda de 5,8% em relação a 2023. As informações foram divulgadas hoje nas Estatísticas do Registro Civil do IBGE relativo ao ano passado.
O número representa uma redução pelo sexto ano consecutivo no número de nascimentos. No início da série histórica, em 2017, nasceram 2.678.992 pessoas. Uma queda de 302.091 no número de novos brasileiros.
A taxa de queda de natalidade registrada entre 2023 e 2024 foi superior às quedas registradas em outros anos. Por comparação, entre 2016 e 2017, a queda foi de 5,1% e entre 2019 e 2020, de 4,7%. Aproximadamente 2,7% (65.825) dos contabilizados nasceram em anos anteriores, mas só foram registrados no ano passado.
Nasceram mais meninos do que meninas no ano passado, segundo o IBGE. Dos nascidos vivos, 51,1% foram do sexo masculino e 48,7% do sexo feminino — uma inversão em comparação à população total brasileira, que no Censo 2022 apresentou 51,5% da população sendo feminina.
As mães estão tendo filhos mais tarde, aponta o IBGE. Em 2024, a maioria dos bebês foram gerados por mães com 25 anos ou mais de idade. No ano de 2004, há mais 20 anos, essa fatia etária representava 48,3% dos nascimentos.
Aumenta número de mortes
Por outro lado, entre 2023 e 2024 houve um aumento no número de mortes no Brasil. O número de óbitos registrados no Brasil em 2024 foi de 1.516.381. O número representa um aumento de 4,6% entre 2023 e 2024. Do total, 20,9 mil morreu em anos anteriores ou ano ignorado, mas a morte só foi registrada no ano do levantamento.
Mortes totais no Brasil vinham caindo desde o fim da pandemia. A sequência histórica de redução no número de óbitos foi interrompida. Antes, em 2020 e 2021, a alta havia sido provocada pelas mortes durante a pandemia de covid-19.
Cerca de 7% de todas as mortes foram por causas não naturais. Isto é: aproximadamente 103.287 pessoas morreram por acidentes, afogamentos, homicídios, suicídios entre outros.
Quem mais morre de causa não natural é homem, segundo o IBGE. Do total dos mortos por causas externas, 85.244 eram homens e 18.043 mulheres. As regiões Norte e Nordeste do país registraram os maiores percentuais de óbitos não naturais — com 10% e 9%, respectivamente.
O resultado da pesquisa Registro Civil abrange a coleta de dados sobre nascimentos, casamentos civis, óbitos, óbitos fetais e divórcios Judiciais e Extrajudiciais em todo o Brasil. A data referenciada é 2024.
Divórcios
O número de divórcios caiu no Brasil. De acordo com o relatório Estatísticas do Registro Civil, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2024, o total de divórcios foi de 428.301. Em 2023, foram registrados 440.827 divórcios — uma diminuição de 2,8%.
Entre as regiões, o único aumento foi no Norte. Lá, o número de divórcios cresceu 9,1% em relação a 2023. As regiões Sul (-1,4%), Sudeste (-2,5%), Nordeste (-3,1%) e Centro-Oeste (-11,8%) tiveram diminuição no período analisado.
Os brasileiros estão se divorciando mais rápido. Em 2010, os casamentos no Brasil duravam, em média, cerca de 16 anos até chegar ao divórcio. Já em 2024, segundo o relatório, esse intervalo ficou mais curto, caindo para 13,8 anos.
Os homens se divorciam mais "velhos". Em 2024, na data do divórcio, os homens tinham, em média, 44,5 anos, enquanto as mulheres, 41,6 anos de idade.
Taxa geral de divórcios por Unidade da Federação (por mil hab.):
Rondônia - 4Distrito Federal - 3,8
Mato Grosso do Sul - 3,7
São Paulo - 3,5
Goiás - 3,5
Minas Gerais - 3,2
Rio de Janeiro - 3,0
Tocantins - 2,9
Acre - 2,9
Alagoas - 2,8
Brasil (média geral) - 2,7
Santa Catarina - 2,7
Paraná - 2,7
Bahia - 2,5
Pernambuco - 2,3
Maranhão - 2,1
Espírito Santo - 2,1
Paraíba - 2,1
Ceará - 2,0
Amazonas - 1,9
Rio Grande do Norte - 1,8
Rio Grande do Sul - 1,7
Sergipe - 1,6
Mato Grosso - 1,3
Piauí - 1,2
Pará - 1,2
Amapá - 0,9
Roraima - 0,2
Guarda compartilhada
Houve um aumento significativo na prevalência da guarda compartilhada. Em 2014, apenas 7,5% dos divórcios judiciais atribuíam a guarda a ambos os cônjuges, enquanto a guarda atribuída somente à mulher representava 85,1%. Dez anos depois, o modelo compartilhado representa 44% no país, um aumento de quase 500%.
Guarda compartilhada (ambos os cônjuges): 44,6%
Guarda unilateral (mulher): 42,6%
Guarda unilateral (homem): 2,8%
Aumento coincide com o estabelecimento dessa modalidade de guarda como regra legal. Em 2014, a então presidenta Dilma Rousseff (PT) sancionou a Lei 13.058, que determina a guarda compartilhada dos filhos de pais divorciados como padrão, ainda que haja desacordo ou conflitos entre o ex-casal.
UOL



Comentários