Bagada escrito em 27 de Maio de 2025

Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (26) a abertura de um inquérito para investigar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A apuração foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e tem como foco possíveis ações do parlamentar, atualmente nos Estados Unidos, contra o Poder Judiciário brasileiro;
Relator de investigações ligadas ao caso, como o inquérito das fake news e o processo sobre a suposta ‘tentativa de golpe de Estado’, Moraes acolheu o pedido apresentado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. O pedido à PGR foi movido pelo deputado petista Lindbergh Farias.
Segundo o PGR, Eduardo Bolsonaro tem adotado uma postura com “tom intimidatório”, visando influenciar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na ação penal que apura a tentativa de ruptura institucional.
“A busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal em curso contra o sr. Jair Bolsonaro”, afirmou Gonet em seu pedido.
Para o procurador-geral, as declarações e iniciativas de Eduardo indicam que ele “se dedica com denotada diligência ao intuito de impedir, com a ameaça, o funcionamento pleno dos poderes constitucionais” — incluindo não apenas o STF, mas também a Polícia Federal e a própria PGR.
A tensão aumentou após o senador norte-americano Marco Rubio demonstrar abertura à ideia de aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, o que teria sido incentivado por ações de Eduardo Bolsonaro.
Desde março, o deputado está licenciado do mandato e reside nos Estados Unidos. Na ocasião, afirmou que permaneceria no país para se dedicar integralmente à busca pelo resgaste das liberdades no Brasil.
Entre os motivos que o levaram a essa decisão, Eduardo Bolsonaro citou as condenações de envolvidos no 8 de janeiro e as prisões preventivas de Filipe G. Martins, Anderson Torres e Silvinei Vasques, além do julgamento de Jair Bolsonaro.
Em fevereiro, parlamentares petistas Lindbergh Farias (RJ) e Rogério Correia (MG) apresentaram à PGR uma representação contra Eduardo, alegando que ele estaria conspirando contra instituições brasileiras em território estrangeiro.
Os deputados pediram medidas como a apreensão do passaporte, mas o procurador-geral se manifestou contra. À época, Moraes também rejeitou o pedido de abertura de inquérito e de retenção do documento — mas agora decidiu reavaliar o caso e autorizou a investigação.
CNN
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