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Bagada escrito em 26 de Agosto de 2025

Israel rebaixa relações diplomáticas com o Brasil; saiba o motivo

O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou nessa segunda-feira (25) que irá rebaixar o nível das relações diplomáticas com o Brasil, após o Itamaraty não ter respondido à indicação de um novo embaixador.

Israel havia indicado o diplomata Gali Dagan em janeiro para assumir a embaixada em Brasília. Para o exercício do cargo, é necessário o agrément, autorização concedida pelo país receptor, prática comum nas relações internacionais. Embora o Brasil não tenha vetado formalmente a indicação, a ausência de resposta é interpretada diplomaticamente como uma recusa.

Em comunicado, Israel afirmou: “Após o Brasil, excepcionalmente, se abster de responder ao pedido de agrément do embaixador Dagan, Israel retirou o pedido, e as relações entre os países agora são conduzidas em um nível diplomático inferior”. O país também informou que não apresentará um novo candidato.

O assessor da Presidência e ex-chanceler Celso Amorim alegou que a decisão brasileira não constituiu veto: “Não houve veto. Pediram um agrément e não demos. Não respondemos. Simplesmente não demos. Eles entenderam e desistiram”.

Amorim acrescentou que a medida é uma resposta ao tratamento recebido pelo ex-embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, retirado do cargo em maio de 2024.
Segundo Amorim, o governo brasileiro busca manter boa relação com Israel, mas criticou ações do governo Netanyahu em Gaza: “Nós não somos contra Israel. Somos contra o que o governo Netanyahu está fazendo, que é uma barbaridade”.

As relações entre os dois países estão tensionadas desde outubro de 2023, quando Luiz Inácio Lula da Silva comparou a ofensiva israelense na Faixa de Gaza ao sofrimento do povo judeu na Alemanha.

Na ocasião, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Lula havia cruzado uma “linha vermelha”. Em seguida, o chanceler israelense Israel Katz levou o embaixador brasileiro a um museu do Holocausto, episódio interpretado por Brasília como uma forma de humilhação diplomática.

G1


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