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Bagada escrito em 12 de Fevereiro de 2025

Governo Lula quer argumentar com Trump que tarifa sobre aço brasileiro vai prejudicar as indústrias americanas

Um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tornar oficial a aplicação de uma sobretaxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio de todos os países, integrantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em uma avaliação preliminar, acreditam que há pequeno espaço para uma negociação que permita o uso de cotas ou exceções.

Por isso, em contatos a serem feitos com autoridades americanas, o Brasil usará como argumento que as exportações brasileiras são, principalmente, de matérias-primas, que ficarão mais caras para as indústrias americanas.

O próprio Trump já sinalizou que não concorda com exceções, por considerar que não costumam funcionar.

Nesta terça-feira, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o Brasil não entrará em “guerra comercial” por conta das tarifas.

Nos bastidores, a informação é que tudo está sobre a mesa em uma negociação com Washington além da criação de cotas que permitiriam ao Brasil vender determinadas quantidades dos produtos sem sobretaxa: a reciprocidade em relação ao aço e ao alumínio americano, a elevação de tarifas sobre uma lista de itens importados dos EUA e, na falta de um acordo, uma ação na Organização Mundial do Comércio (OMC).

A expectativa é que, ainda nesta semana, seja elaborada uma estratégia comum do governo brasileiro diante do impasse. Itamaraty e os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços estão envolvidos nessas discussões.

Em seu primeiro mandato, o presidente dos EUA decidiu aplicar tarifas adicionais de 25% e 10%, respectivamente, sobre o aço e o alumínio. Contudo, graças à pressão de empresários americanos, o Brasil foi excluído e entrou em um regime de cotas. O governo brasileiro espera que esse posicionamento das indústrias daquele país se repita.

Em 2024, os EUA importaram 6 milhões de toneladas de aço do Canadá. O Brasil ficou em segundo lugar, com a venda de 4,1 milhões de toneladas, seguido pelo México, com 3,2 milhões.

Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, disse que é preciso ter calma.

— A indústria americana, em algum momento, vai ter que comprar aço de alguém, ou negociando cotas ou com quem tenha menos conflitos. A atividade comercial tem que ser pragmática. É importante ter muita calma nesta hora — afirmou.

O Globo

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