Os gastos do governo Lula com viagens oficiais seguem em ritmo acelerado e já ultrapassaram R$ 800 milhões apenas em 2025, considerando diárias e passagens aéreas bancadas com dinheiro público. O número representa um aumento considerável em relação aos anos anteriores e acende o alerta para a escalada das despesas com deslocamentos da máquina federal.

Segundo dados do Portal da Transparência e registros oficiais, só nos primeiros seis meses deste ano (até junho), o governo federal já consumiu mais de R$ 600 milhões com viagens nacionais e internacionais, superando os gastos de gestões anteriores no mesmo período. Somando 2023, 2024 e o início de 2025, o montante total destinado a deslocamentos oficiais do governo ultrapassa os R$ 5,2 bilhões.

Grande parte dessas despesas envolve comitivas infladas, hospedagens de luxo e deslocamentos de ministros, assessores e até convidados, gerando questionamentos sobre a real necessidade e o impacto prático dessas viagens para o país. Enquanto isso, setores como saúde e segurança sofrem com cortes orçamentários e falta de recursos.

Outro dado que chama atenção é o uso dos cartões corporativos da Presidência, que somaram mais de R$ 55 milhões desde o início do atual mandato. O mais grave: quase 100% dessas despesas estão sob sigilo, dificultando qualquer fiscalização real por parte da população ou da imprensa.

Diante desse cenário, cresce o apelo por mais transparência e responsabilidade no uso do dinheiro público, especialmente em um momento em que o próprio Tribunal de Contas da União alerta para um rombo bilionário nas contas públicas, com renúncias fiscais estimadas em R$ 800 bilhões para 2025.

O contraste entre o discurso de austeridade e a prática do gasto desenfreado evidencia uma desconexão cada vez mais evidente entre o governo e as prioridades do cidadão comum.

Thalita Moema