Gasolina brasileira volta a ficar acima do preço internacional — promessa de Lula fica no retrovisor 

A gasolina vendida no Brasil voltou a ficar acima do preço internacional, contrariando a promessa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os combustíveis seriam baseados no mercado interno e no valor do real, e não mais atrelados ao dólar e ao preço do barril de petróleo no exterior.

De acordo com levantamento recente da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o litro da gasolina está até 8% mais caro que o valor de paridade internacional — ou seja, o preço que se pagaria ao importar o produto do exterior considerando custos, frete e câmbio. Em algumas regiões, como na Bahia, o sobrepreço chega a R$ 0,30 por litro.

A CNN Brasil e a IstoÉ Dinheiro confirmam que, em média, o combustível vendido pela Petrobras e refinarias locais está de 3% a 8% acima do mercado internacional. Para a Abicom, essa diferença indica perda de competitividade e encarece o custo para o consumidor final.

Durante a campanha e no início do mandato, Lula afirmou que a política de preços da Petrobras deixaria de seguir a chamada PPI (Paridade de Preço de Importação) — implantada no governo Temer — e passaria a refletir “a realidade brasileira, com base no real”. Porém, na prática, o que se vê hoje é um retorno gradual da defasagem em favor da estatal, que mantém preços elevados apesar da queda do petróleo e da cotação do dólar.

Enquanto isso, o brasileiro volta a sentir no bolso: postos de todo o país registram aumento médio de R$ 0,10 a R$ 0,25 por litro nas últimas semanas, mesmo com o mercado internacional em queda.

Mais uma vez, a promessa de “combustível nacional, com preço justo e sem influência do dólar” ficou apenas no discurso.

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