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Bagada escrito em 10 de Dezembro de 2025

Casamentos despencam no RN e reforçam alerta sobre mudanças nas famílias; confira dados

Em 2024, o Rio Grande do Norte registrou 12.835 casamentos civis, 111 a menos que no ano anterior, mantendo a trajetória de queda iniciada em 2019. Em dez anos, o recuo chegou a 21,30%, segundo as Estatísticas do Registro Civil divulgadas nesta terça-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), que consideram exclusivamente os registros feitos em cartórios.

 

Enquanto dezembro segue como o mês preferido para os casórios, ainda que com leve redução percentual, o estado teve em 2024 o quinto menor índice de nupcialidade do país, calculado em 4,6 a cada mil pessoas com 15 anos ou mais. No mesmo período, o Brasil apresentou taxa de 5,6. O último ano só não teve menos celebrações do que 2020, marcado pelos impactos da pandemia.

 

Outro movimento identificado no levantamento é a queda nos casamentos entre pessoas de 15 a 35 anos, que ocorreu em todas as faixas da década. Em contrapartida, aumentou a proporção de uniões formalizadas por pessoas acima dos 35 anos, que passaram de 30,37% em 2014 para 46,64% em 2024.

 

Casamentos mais tardios, uniões diversas


Do total de registros no RN, 1,37% ocorreram entre pessoas do mesmo sexo, sendo 64 uniões entre mulheres e 111 entre homens. A maioria dos casamentos seguiu sendo entre pessoas solteiras, com 80,02% do total, mas houve avanço dos recasamentos, que subiram de 7,74% para 7,99% de 2023 para 2024.

 

Entre as uniões heterossexuais, 84 envolveram brasileiros e estrangeiros, com predominância de mulheres brasileiras casadas com homens de outras nacionalidades. Embora dezembro siga na liderança como o mês mais procurado, sua participação caiu de 12,75% para 11,83%.

 

A queda nos casamentos acompanha ainda a redução dos nascimentos no estado. Em 2024, foram registrados 36.645 nascidos vivos, queda de 6,95% em relação a 2023 e o terceiro ano seguido de diminuição. A comparação com 2014 revela uma diferença de 10.880 nascimentos a menos.

 

Nascimentos seguem em queda, mães mais velhas


O perfil das mães também mudou: 25,64% tinham entre 20 e 25 anos no parto, com estabilidade na década, enquanto as faixas acima dos 35 anos registraram forte alta. Entre 30 e 39 anos, o percentual mais que dobrou em dez anos, chegando a 15%, e entre 40 e 44 anos passou de 2,29% para 4,18%.

 

No RN, maio foi o mês com maior número de partos, seguido por julho. Nacionalmente, março liderou. Os dados mostram ainda que 51,44% dos nascidos eram do sexo masculino, mantendo a tendência histórica.

 

O estado também se destacou no ranking de partos ocorridos fora do município de residência da mãe. Em 2024, 48,5% dos nascimentos registrados ocorreram em outra cidade, o terceiro maior percentual do país, atrás de Pernambuco e Sergipe.

 

Divórcios desabam, mas escrituras crescem


O número de divórcios no RN caiu 19,23% em 2024, totalizando 4.616 dissoluções formais de casamentos heterossexuais. No ano anterior, tinham sido 5.715. Apesar disso, os divórcios extrajudiciais tiveram crescimento, passando de 497 para 517.

 

Nos casos decididos pela Justiça, a maior parte envolveu casamentos com 26 anos ou mais de duração. Em seguida, vieram aqueles com 10 a 14 anos e, por último, uniões encerradas com menos de um ano. Situação semelhante foi registrada nos divórcios por escritura, também concentrados em casamentos longos.

 

Quase metade dos divórcios judiciais envolvia casais com filhos menores. Em 57,02% desses casos, a guarda ficou exclusivamentecom a mãe, e em 35,40% foi compartilhada. A guarda exclusivamente paterna apareceu em 3,76%.

 

Guarda, bens e perfis familiares


A ampla maioria dos casamentos dissolvidos judicialmente estava sob regime de comunhão parcial de bens, somando 93,65% dos casos. Os registros de separação total representaram 4,18% e os de comunhão universal, 2,01%. Entre os divórcios extrajudiciais, o quadro foi semelhante, com 91,30% das escrituras referentes à comunhão parcial.

 

A pesquisa do IBGE também descreve as condições dos óbitos no estado. Em 2024, foram registradas 1.405 mortes por causas externas, como acidentes e violências, queda de 2,63% e o quarto ano seguido de recuo. A maioria ocorreu em vias públicas e 85,54% das vítimas eram homens.

 

Óbitos naturais aumentam, violência diminui


Considerando todas as causas naturais, não naturais e ignoradas, o RN registrou 22.309 mortes em 2024, aumento de 6,27%.

 

A faixa etária acima de 85 anos concentrou mais de 22% dos óbitos, enquanto crianças menores de um ano representaram 1,54%, percentual quatro pontos maior que no ano anterior.

 

As Estatísticas do Registro Civil reúnem dados dos cartórios, varas judiciais e tabelionatos de notas, com abrangência nacional e detalhamento por estados, regiões e municípios. A consulta completa está disponível no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra).

 

 

Reprodução: BNews Natal

 

 

 

 

 

 


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