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Bagada escrito em 18 de Julho de 2025

Bolsonaro nega intenção de fugir do Brasil e chama medidas de “suprema humilhação”

Em entrevista à imprensa nesta sexta-feira (18), o ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou categoricamente que “nunca pensou em sair do Brasil ou ir para embaixada”, respondendo às suspeitas do Ministério Público e da Polícia Federal que motivaram a operação judicial desta manhã.

A ação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, incluiu buscas e apreensões na residência do ex‑presidente, na sede do PL em Brasília e em outros imóveis ligados a ele. Também determinou uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e em fins de semana, além da proibição de acesso a redes sociais, comunicação com diplomatas e com investigados — incluindo seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.

Bolsonaro classificou essas medidas como “uma suprema humilhação”, declarando ainda ser alvo de perseguição política: “Me sinto humilhado… o inquérito do golpe é um inquérito político. Nada de concreto existe ali.”.

O que levou à decisão do STF

O grupo de medidas cautelares foi motivado por risco de fuga e indícios de tentativa de interferência política internacional, entre os quais levantamento de valores em espécie — cerca de US$ 14 mil — e um pendrive, encontrados em sua casa.

Segundo decisão do relator Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro teriam atuado, nos últimos meses, para pressionar autoridades brasileiras com apoio de influências externas, em especial dos Estados Unidos, com possíveis “coações no curso do processo”.

Contexto político e judicial

Bolsonaro é alvo de um inquérito no STF por suposto envolvimento em uma trama golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023. A denúncia da Procuradoria-Geral da República aponta cinco crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado, com pena total que pode chegar a 40 anos de prisão.

Na mesma data, o ex-presidente recebeu apoio público do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que qualificou o processo como uma “caça às bruxas” e ameaçou impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros caso o julgamento não fosse paralisado. A carta de Trump ao STF intensificou as tensões diplomáticas entre Brasília e Washington.

Repercussões e próximos passos

A defesa de Bolsonaro declarou que recebeu as medidas com “surpresa e indignação”, e destacou que o ex‑presidente sempre cumpriu decisões judiciais, apesar de considerar as restrições severas.

A Polícia Federal, por sua vez, executou hoje mandados de busca e instalação de tornozeleira, confirmando também o recolhimento domiciliar e as proibições de comunicação impostas pelo STF .

Na comunidade jurídica, o caso segue repercutindo fortemente, pois envolve questões sensíveis de segurança nacional, cooperação diplomática e respeito ao Judiciário. A próxima fase do processo deverá incluir novas diligências, perícias sobre os materiais apreendidos e audiências no plenário do Supremo.

Blog do Magão

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