Justiça autoriza curso de Medicina sem Enem para o MST

Um dos cursos mais concorridos do Brasil, o de Medicina, agora pode ser acessado sem Enem, sem Sisu e sem vestibular. Pelo menos para quem pertence ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e grupos ligados à reforma agrária.

A decisão veio do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), que autorizou a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) a manter um edital específico do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). O edital reserva 80 vagas de Medicina no campus de Caruaru, com seleção feita apenas por histórico escolar e uma redação sobre temas “sociais” e “do campo”.

Ou seja: enquanto milhões de jovens estudam, madrugam em cursinhos e enfrentam a pressão de um Enem cada vez mais difícil, o MST ganha um atalho especial para um dos cursos mais disputados do país.

As entidades médicas reagiram, classificando a decisão como um desrespeito à isonomia e à credibilidade do ensino superior. O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, o Sindicato dos Médicos e a Associação Médica de Pernambuco criticaram duramente a medida, que, para eles, fere a meritocracia e a igualdade de oportunidades.

O governo, por outro lado, aplaude. A UFPE defende que as vagas são “suplementares”, mas o fato é que haverá futuros médicos formados sem o mesmo critério de entrada que rege o restante da população.

A pergunta que fica é: a Justiça brasileira vai virar puxadinho das pautas do governo?

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